Título: O “Vai querer” dos blocos tradicionais
Autor: Euclides Moreira Neto
ISBN: 978-65-990123-7-2
Peso: 408g
Ano: 2019
N º: 308
Categoria: Carnaval/ São Luís/ Estudo de Caso
Sobre o livro:
Faltaram detalhes, para “O Vai Querer dos Blocos Tradicionais” fechar com tudo dentro, inclusive o quase impossível de quando vem a saudação, que se perdeu nas brumas do tempo, entre blocos e escolas de samba (desde que eram turmas): Pergunta: - Vai Querer? Vai Querer? Resposta: - Vai! Pergunta: - Para os contra o Carnaval Maranhense de Passarela, em São Luís? Resposta: - Nada! Pergunta: - Para o novo livro de Euclides Moreira Neto? Resposta: - Tudo! Com as devidas ressalvas, ele fez uma viagem brilhante, até com os nomes dos instrumentos e glossário compatível, uma homenagem emocionante à saudosa animadora cultural Maria Michol Pinho de Carvalho, a quem os BTMs fi caram devendo a maior consideração e reconhecimento, como manda o fi gurino dos apaixonados blocos carnavalescos.
[Herbert de Jesus Santos Jornalista, escritor, compositor, pesquisador e carnavalesco.]
Desde que a manifestaç ã o bloco tradicional do carnaval maranhense passou a ser alvo do Inventá rio Nacional de Referê ncias Culturais, em 2010, os grupos de Sã o Luí s entraram em estado de euforia. Afi nal, caso o processo resultasse no registro do bem imaterial no livro das celebraç õ es, conquistariam o tão sonhado título de patrimônio cultural brasileiro. Honraria, até entã o, alcanç ada pelo tambor de crioula e o bumba meu boi, no Maranhã o; o frevo e o maracatu, em Pernambuco; o samba de roda do recô ncavo baiano, na Bahia; as matrizes do samba carioca, no Rio de Janeiro; e o carimbó , no Pará , para citar alguns exemplos. Essas e outras formas de celebraç ã o das mais diversas regiõ es do paí s foram reconhecidas como importantes elementos da identidade cultural dos povos que detêm esses bens imateriais. O reconhecimento contribuiu para compreender o signifi cado a eles atribuí dos por grupos sociais e propor formas adequadas à sua salvaguarda. As diretrizes para o desenvolvimento de uma política voltada para o patrimô nio imaterial no Brasil foram instituí das pelo Decreto 3.551, de 4 de agosto de 2000. De lá para cá , as aç õ es desenvolvidas nessa á rea pelo Iphan, ó rgã o responsá vel, na esfera federal, pelas políticas de preservaç ã o e proteç ã o do patrimô nio cultural brasileiro (material e imaterial) tê m valorizado bens culturais de vá rios estados brasileiros seja pela realizaç ã o de inventá rios, registro ou salvaguarda. O bloco tradicional, manifestação típica do carnaval maranhense, com o inventá rio iniciado na gestã o de Euclides Moreira Neto à frente da Fundaç ã o Municipal de Cultura, durante a gestão do ex-prefeito João Castelo ( 2009/2012), ansiava alcanç ar um status que, para os seus praticantes, signifi cava realçar mais ainda o protagonismo na cena da cultura popular do ciclo carnavalesco. Seria a consagração da brincadeira, que tem até uma data no calendá rio ofi cial do municí pio de São Luís, instituída por Lei Municipal, em sua homenagem, o dia 8 de maio. Pilhas de documentos reunidos em longas horas de entrevistas com os detentores do bem cultural, centenas de fotos, dezenas de ví deos, ricos arquivos de á udio e tudo o mais que pudesse destacar a relevâ ncia da manifestaç ã o cultural para a identidade do povo maranhense resultaram em frustração. O conselho consultivo do IPHAN, que avaliou o dossiê , arquivou o pedido e nã o considerou a brincadeira importante a ponto de merecer a inclusã o no Livro Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial. Toda essa saga está reunida aqui para provocar uma refl exã o acerca do tema. E, tomara, sirva para motivar outros idealistas e apaixonados pelo carnaval, como é o caso do autor desta obra, a resgatar o dossiê e pedir outra chance aos conselheiros. Quem sabe, em outra oportunidade, alguém consiga convencer que o bloco tradicional maranhense tem, sim, elementos sufi cientes para se tornar patrimô nio cultural brasileiro.
[Fernando Oliveira Jornalista, Produtor Cultural e Superintendente de Comunicaç ã o e Eventos da UFMA ]
O “Vai querer” dos blocos tradicionais
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