Título: O Bruxo de Concepción
Autor: Augusto Pellegrini
Ano: 2011
Categoria: Contos 
Edição: Clara Editora
270 g | 15 cm x 21 cm | 128 páginas 
 
Sobre:
 
O conto é um estilo literário que permite ao escritor divagar e devanear sobre os mais diferentes aspectos da vida sem que tenha necessariamente que obedecer a uma lógica específica no que se refere a um fato histórico ou às situações normais do dia a dia. Ele não se prende aos acasos do cotidiano ou a observações pessoais do autor - tarefa delegada às crônicas - nem a uma sequência de fatos ou à dissecação da alma dos personagens - o que é destinado aos romances - e muito menos a fatos reais - até porque a não-ficção dos dias atuais está mais chocante do que o exagero inventado pela ficção. O conto é irracional, e atrai justamente por isso, porque a humanidade, em que pese todo a sua pretensa racionalidade, também o é.
O conto fantástico é uma das manifestações mais celebradas do conto, quer seja pelo inesperado, quer seja pelo assombro de que ele se reveste. No fundo, o conto fantástico nada mais é do que uma narrativa carregada de surrealismo e fantasia. Nele, tudo pode acontecer para aguçar a imaginação do leitor: pessoas, animais e coisas se travestem de espíritos ruins, objetos inanimados criam vida, mortos ressuscitam, sons e sombras se juntam no colorido âmbar do cenário e o absurdo se sobrepõe à lógica.
Inerente à alma e à curiosidade humana, o sobrenatural é um dos assuntos que mais fascinam a humanidade desde os tempos imemoriais. Fenômenos tidos como inexplicáveis, embora muitos deles oportunamente explicáveis à luz da ciência, chegaram a assombrar pessoas de todas as idades, credos e classes sociais ao longo do tempo e, mesmo provocando pavor e apreensão, sempre foram extremamente excitantes e estranhamente palatáveis para o imaginário do homem.
Em "O Bruxo de Concepción", no entanto, os contos não pretendem ser simplesmente apavorantes. O autor procura explorar certas particularidades dos seus personagens usando de um certo tanto de ironia e de humor, e contando com a participação do leitor, de quem busca cumplicidade na solução dos eventuais quebra-cabeças apresentados. Como nos bons romances policiais, o leitor é convidado a acompanhar a trama e a prever o seu desfecho.