Título: Moradas e Memórias – valor patrimonial das residências da São Luís antiga através da literatura. 
Autor: Flaviano Menezes da Costa
ISBN: 978-65-5363-346-9
Peso: 378g
15 x 21,5 | 240 páginas | Ano: 2024
Editora: EDUFMA
Idioma: Português
Categoria: Língua maranhense | Valor Patrimonial | Memórias   
 
Sobre o livro:
 
Notas para a 2º edição:
 
É sempre um deleite revisitar as antigas moradas ludovicenses. Sinto-me completamente à vontade, estabelecendo diálogos descontraídos com seus habitantes e explorando cada um de seus aposentos. Nestas casas, inúmeras narrativas se desenrolam, às vezes, sem se entrelaçarem, mas encontrando-se em alguma rua ou beco, ou por meio de uma literatura que concede voz a personagens esquecidos pelas páginas acadêmicas oficiais.
Dentre os protagonistas, encontramos jovens estrangeiros em busca de identidade, escritores repletos de nostalgia, empregados esgotados pela rotina, figuras insuportáveis de padrões rígidos, comerciantes libertinos, um dândi que desafia convenções, uma mariposa, um homicida, uma professora dedicada, um menino de sobrado e uma vendedora de doces. 
 
Relações de poder e apego entre essas personagens e o ambiente fisico da casa que despertam um sentimento singular de afeição ou repulsa, uma conexão única entre o ser e sua morada, traduzida e perpetuada pela literatura, e que precisa sempre ser rememorado, (co) memorado, ou seja, trazer à memória com o outro.
 
Essa foi minha intenção ao lançar a segunda edição de "Moradas e Memórias, além de apresentar algumas novas considerações sobre o tema; a de celebrar um crescente interesse pela fisicalidade da cidade e mantendo viva a essência das histórias que ecoam dentro de cada lar. 
 
O próprio documentário Moradas e memórias: histórias e lendas nos aposentos dos casarões de São Luís do Maranhão" (2017, disponível nos canais do You Tube: TV.MAVAM e Lume Filmes Oficial) é uma prova disso. Com direção do jovem e premiado cineasta ma- ranhense Arturo Saboia; direção geral de Joaquim Haickel (também membro da Academia Maranhense de Letras); produção da Objetiva Produções (de Caio Neiva) e Guarnicê Produções (de Emerson Sousa); e distribuição da MAVAM (Museu da Memória Audiovisual do Maranhão), a obra filmica buscou ampliar a proposta do livro, trazendo imagens depoimentos sobre e os fatos e as histórias contadas participação de escrito dentro e fora das moradas e contou com escritores e pesquisadores de diversas áreas, que também enxergam estes casarões enquanto heranças materiais e imateriais da nossa cidade. Portanto, gostaria de agradecer a participação dos amigos: Ceres Costa Fernandes (escritora e membro da AML), José Neres (professor, escritor e membro da AML); Deusdedit Carneiro Filho (arqueólogo e diretor do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão), Sebastião Moreira Duarte (escritor e membro da AML), Euges Lima (historiador e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão), Eulálio Figueiredo (juiz e escritor), Dino Cavalcante (professor e escritor), Natalino Salgado (médico, escritor e membro da AML), Conceição Monteiro (especialista em museologia- MHAM), Frederico Burnett (arquiteto e escritor) e Henrique Borralho (historiador e escritor). E dois membros da AML que não estão mais entre nós e que foram importantes para a minha produção literária: Luiz Phelipe Andrès (engenheiro, professor e pesquisador) e Waldemiro Viana (romancista); para quem eu dedico a segunda edição deste livro.
 
Além disso, diversas obras expandiram a discussão sobre a importância do discurso do literato sobre como se constrói, na vivência diária nos casarões, na descrição dos objetos utilizados, das paredes emolduradas, das escadas e quintais, uma poética da paisagem do espaço urbano de uma cidade. E não há uma forma mais significativa, e prazerosa, para perceber isso do que observar esta obra sendo citada em artigos, dissertações e teses pelo Brasil afora. O que também nos leva a concluir que não há forma mais ampla e autêntica de se compreender o processo de apropriação afetiva do espaço de uma resi dência, que a própria história que seus morados possuem com ela e é apresentada pelos romancistas, cronistas poetas.