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Ikebana

 

IKEBANA–A Arte das Flores Vivas: Arranjos de Elvira Araújo e HAIKAIS

Autora: Benedita Azevedo

 

COM FLORES DE IKEBANA E VERSOS DE HAIKU: Para se ter a palavra ikebana, “flores vivas”, junta-se “vivo” (生け) e “flor” (花). Essa arte do arranjo floral é uma prática que envolve conhecimento, treinamento, silêncio e uma profunda ligação com a natureza. As palavras acima bem poderiam se aplicar ao haiku, pois neste a linguagem é um arranjo, de tal modo que a vivência do poeta junto à natureza seja um registro leve, sugestivo, um toque cuja poética se pauta pela simplicidade, evoca um detalhe de uma cena do ambiente com a sensação aguçada dos sentidos. A poeta Benedita Azevedo, de quem tenho o privilégio de acompanhar o trabalho poético, vive o poema haiku diariamente, cercada pela Mata Atlântica em sua casa na Praia do Anil, Rio de Janeiro. Editei seus principais livros de poesia japonesa de naturalização brasileira, sei, portanto, quanto aprendizado tem a sua prática poética. Assim como a ikebana não fica somente nas flores, mas busca os galhos, as folhas, os frutos e as sementes para compor seu objeto de arte; o haiku tem no ambiente, flora, fauna e vivências humanas a substância do seu terceto como forma: produzir no leitor um efeito poético específico desse poema, o haimi. O arranjo no haiku tem na ligação entre os elementos a formação de um sentido próprio captado na leitura. Se a ikebana proporciona em seu senso de impermanência um fino momento de arte, a contemplação; o haiku anota o provisório da natureza nos movimentos das estações. Benedita Azevedo é uma poeta arranjadora. Ela não precisa “lutar com as palavras” como dizem alguns poetas, a palavra é-lhe dádiva amistosa, convivem desde menina. O haiku foi um encontro, um precioso vaso para suas flores. Assim tem sido desde o primeiro livro Nas Trilhas do Haicai, depois em Canto de Sabiá, Praia do Anil, Gota de Orvalho, Silêncio da Tarde, Rumor das Ondas e, agora mesmo, À Sombra do Ingazeiro. Também quando coordena as atividades de dois grupos de haicaístas: Grêmio Haicai Sabiá (Magé) e Grêmio Haicai Águas de Março (Rio de Janeiro), sempre compartilhando o que aprende e incentivando o surgimento de novos poetas desse gênero de poesia. A poetisa realiza neste livro tercetos resultantes de sua leitura das ikebanas, a leitura que farão os leitores serão outras, assim deve ser um texto poético, possibilitar leituras, convidar e ampliar a imaginação dos leitores nesta festa de palavras e imagens. José Marins é escritor e haicaísta.

Ikebana

R$ 80,00Preço

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