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Consumo de Drogas

Consumo de Drogas e outros comportamentos relacionados – 240 perguntas e respostas

 

Sobre o livro:

A atual terceira edição deste livro renova meu interesse pela temática das drogas em seus diferentes aspectos, assunto sempre atual e instigante. A grande mídia mantém essa questão em alta. Raros são os dias em que um destes noticiosos não trata deste assunto, especialmente sobre o tráfico de drogas. Os debates sobre essa matéria são cada vez mais acalorados e surpreendentes, especialmente nos dias atuais, quando reacendem antigos aspectos sobre a legalização do uso de drogas, tanto para finalidades terapêuticas quanto recreativas.

Os índices sobre o consumo de drogas em nosso país nos surpreendem a cada dia. Os mais recentes dados epidemiológicos sobre esse aspecto foram anunciados em 2012 pela pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Políticas de Álcool e Drogas e a Unidade de Álcool e Drogas – INPAD/UNIAD, duas grandes instituições nacionais que tratam de forma responsável e competente o assunto, nos revelam o crescimento vertiginoso do consumo de crack e cocaína na população brasileira, mostrando que nosso país detém posições de destaque quanto ao consumo destas drogas no cenário internacional.

O Brasil representa 20% do consumo mundial de crack e é o maior mercado da droga no mundo. Somos o primeiro país consumidor de crack e o segundo consumidor de cocaína. Estima-se que haja no país mais de 2 milhões e oitocentos mil usuários de crack. Quanto ao uso de cocaína, aumentou seu consumo nos últimos cinco anos, contrariamente ao que houve com a maioria dos outros países latino-americanos, que diminuíam seu consumo. Isso demonstra claramente, entre outras coisas, o fracasso das políticas públicas destinadas ao controle da situação.

Saímos da condição internacional deplorável de corredor do tráfico para país exportador e consumidor de drogas ilícitas. O que nos preocupa e desonra mais ainda. O consumo de drogas ilícitas atinge níveis em torno de 4,2% da população mundial. Só de maconha au-

mentou o consumo em mais de 160%, de 2001 a 2006. Mais recentemente, o II Levantamento Nacional de Abuso de Drogas – II LENAD nos informa que a maconha é consumida diariamente por cerca de 1,5 milhão de adultos e adolescentes e, ainda de acordo com o mesmo estudo, mais de 3 milhões de adultos, com idade entre 18 e 59 anos, fumaram maconha no último ano e cerca de 8 milhões de adultos (7% dessa parcela da população) já experimentaram a droga alguma vez.

Os homens consomem drogas três vezes mais. Mais ainda: do total, 62% tiveram o primeiro contato com a maconha antes dos 18 anos. Entre os adolescentes de 14 a 18 anos, 470 mil revelaram que fizeram uso no último ano e 600 mil disseram já ter experimentado a droga alguma vez na vida. Além disso, 17% dos consumidores nessa faixa afirmaram que conseguiram a substância dentro da escola. Em seguida, aparecem as anfetaminas (29 milhões), cocaína (14 milhões) e opiáceos (13,5 milhões, dos quais nove milhões são usuários de heroína).

Nunca tivemos tantas drogas à disposição, nem se consumiu tanto quanto se consome hoje, e isto confere ao problema um caráter emergencial, exigindo de todos e, particularmente, dos governantes, medidas eficientes para manter a situação sob controle, tanto do ponto de vista médico, ético e social.

 

Os crimes e a violência na sociedade contemporânea, relacionados ao narcotráfico e ao uso de álcool e de outras drogas, provocam em todos sensações permanentes de insegurança e medo, desafiam instituições, ameaçam a ordem social e econômica do mundo. O narcotrá-

fico não tem fronteiras. É uma atividade transnacional de que todos os países se queixam, uns mais e outros menos. Alguns países têm mais problemas relacionados ao uso de drogas, outros ao tráfico e produção, e outros ainda à reduzida infraestrutura médico-social para assistir os usuários e suas famílias.

Trata-se, realmente, de um imenso problema, que temos de enfrentar o mais cedo possível. Entendemos, também, que as medidas a serem adotadas deverão ser compartilhadas entre todos de forma responsável e competente. Considerem, portanto, esta publicação uma modestíssima colaboração para o enfrentamento e debate deste assunto. Nele, compartilho com todos minha experiência, meus conhecimentos e minha disposição permanente de ajudar a quem precisa, pois reconheço que esse é o tipo de assunto que o mínimo que se espera das pessoas é colaboração. Este livro foi produzido sob os auspícios do Instituto Ruy Palhano, instituição que há anos desenvolve uma ampla gama de atividades na área da prevenção, do ensino, dos estudos e da assistência médica e psicossocial a usuários de drogas e suas famílias.

 

RUY PALHANO 

Consumo de Drogas

R$ 60,00Preço
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